Estamos cada dia mais perto do nosso morto.
Há uma ansiedade de mãe pelo dia da estréia. Poder dividir esses quase dois anos de processo.
Junto dessa apresentação, sabemos que vem um caminhão de mudanças que nos obrigará a tomar rumos para outras ruas. Talvez deixemos algumas pelúcias e objetos de fora. Tudo muda. E isso é o incrível de cada novo processo.
Alcançamos duas mil visitas ao nosso blog hoje. O Velório vem nos trazendo muitos rostos e muito orgulho. O Teatro da Neura sempre foi muito aberto a qualquer tipo de troca.
Com esse espetáculo, só reforçamos ainda mais as nossas idéias de abertura. Não só a sala de ensaio. Isso em tudo.
Alimentamos esse endereço não só com nossos pontos de vista, mas também com o seu.
Como fazemos desse blog um encontro da sala de ensaio, quase como um diário de bordo, vale também dizer por aqui, que o Teatro da Neura está vivendo um tempo cigano. Pulando de espaço para espaço. Todos emprestados. O Velório já foi ensaiado do Teatro Municipal a garagem de casa. O grupo começou sua história ensaiando assim. Hoje, voltamos "a origem?".
Estamos com nossos próprios pés e driblando as inseguranças e estratégias alheias que insistem em nos derrubar,e é claro, sem sucesso, encontrar um lugar onde possamos de vez fincar a bandeira.
São tantas vontades e tantas ansiedades...
Nosso tempo é pequeno, nosso espetáculo gigantesco e ainda nem começamos o jogo da reta final. Aqueles dias do "ou vai, ou vai".
De resto, amigos, sintam-se convidados a falar sobre o nosso defunto.
Dia 28 está chegando e teremos nossa grande festa da morte!
Antônio Nicodemo
Dramaturgo e Diretor do Espetáculo
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